segunda-feira, 28 de abril de 2008

é pique, é pique!


Todo dia é sempre um ótimo dia para recomeçar...
Respirarmos profundamente e sentirmos o cheiro da vida...
Tomar aquele café da manhã gostoso, com o sol batendo na janela...
Sairmos de casa, com os passos firmes na direção certa...
Encontrarmos pessoas que encherão nosso dia de coisas boas e outras que tentarão nos deixar para baixo...
Cumprirmos com nossas obrigações com todo prazer e sermos gratos por termos saúde e vitalidade para exercê-las...
No fim do dia, sentirmos a tranquilidade de termos feito o que podiamos...
Passar o tempo com pessoas que amamos e que valem a pena!
E no outro dia, recomeçar...
sabendo que estamos vivos e nada é maior do que a nossa vontade de vencer na vida e sermos felizes!

Espero que seu dia seja sempre assim, Ma... pois vc merece muito sucesso, muito amor, muita coisa boa!
Ficou meio "auto ajuda", mas escrevi para você o que foi vindo na minha cabeça! Espero que goste!
FELIZ ANIVERSÁRIO!!!!

Festival de Vinhos e Queijos em Ouro Preto

Entre os dias 24 e 27 de Abril aconteceu em Ouro Preto o Festival de Vinhos e Queijos. Uma grande e bonita estrutura foi montada no estacionamento do Centro de Convenções da Ufop abrigando vários estabelecimentos que serviam além de vinhos e queijos, variados tipos de comes e bebes.
Manifestações culturais também marcaram presença, ótimos cantores de MPB da região, bandas, grupos de dança e grupos teatrais abrilhantaram o evento!

domingo, 27 de abril de 2008

Inquietação


Até quando você é você? Desde quando você é você? Sabe onde perdeu suas origens, suas vontades e passou a ser vontade dos outros?

Nós sempre fomos fruto da vontade dos outros, desde a concepção sexual, fomos fruto do desejo de nossos pais.

Somos o que nos convém diante da sociedade. Onde está o domínio da nossa vida? O que você faz por si?

Bumerangue


Construimos nossa identidade através da cultura. Dá para imaginar no que vamos nos tornar. Tudo que vai volta.

Dominados

- "Por que, geralmente, os alunos não aprendem a interpretar textos no Ensino Fundamental e no Ensino Médio?"

Dominados
O conhecimento, desde a antiguidade, foi um setor destinado a poucos. Ligado ao poder, as pessoas das classes mais baixas eram privadas do saber, pois as classes dominantes não queriam que as outras tivessem o poder de pensar e argumentar.
Sabemos que o saber, o bom estudo, a cultura, de uma maneira geral, sempre foi "privilégio" de poucos, destinado geralmente à elite. A educação pública não pode nem ser comparada com a particular, e quando é, vemos uma significativa diferença.
Os alunos das escolas particulares e públicas não são ensinados a questinarem, interpretarem e debaterem. A partir disso, vemos, um retrocesso, como quando a Igreja Católica dominava a população que não era possibilitada de conhecer e aprender a questionar.
Sem interpretação não há raciocínio e clareza diante dos fatos que nos são expostos. A sedução das antenas a cada dia robotiza mais a população, principalmente os jovens, que ainda estão no processo de formação de idéias. Com a crescente manipulação da mídia e sem aulas de interpretação nas escolas, teremos jovens com um futuro "brilhante", sem questionamentos.
Assim, os dominantes não precisarão ter "dores de cabeça" e nem colocarão em disputa seus poderes. Pois sem interpretação dos fatos não há julgamento de bem e mal ou certo e errado.

Pé da Letra

Fernando Pessoa:

Não sou nada.
Nunca serei nada.
À parte disso tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Pé da letra:

Se tenho todos os sonhos do mundo, nunca realizarei nenhum, portanto não sou nada, não serei nada.

NADA = TODOS TODOS = NADA

POR OUTRA EDUCAÇÃO - a consideração do indivíduo

Se um cirurgião plástico de 150 anos atrás fosse transportado para uma sala de cirurgia de hoje, ele ficaria sem saber o que fazer diante dos novos instrumentos e técnicas. Por outro lado, se um professor de um século e meio no passado chegasse a uma de nossas salas de aula, se sairia muito bem.
Numa sociedade moderna, o processo educacional não acompanhou as mudanças. A era digital e interativa está presente, mas no ensino persiste o paradigma cartesiano-positivista de divisão do conhecimento em disciplinas. A Dra. Rita Melissa Lepre, é psicóloga docente do departamento de educação da UNESP de Bauru, para ela “a multidisciplinaridade é um paradoxo porque ainda não estamos preparados para lidar com isso, ainda que o discurso esteja no nível. O que se vê são muitas escolas trabalhando com o tradicional, aula expositiva, quadro negro, giz e carteiras em fila.” A educação continua a mesma, enquanto o sujeito mudou. O século XX foi marcado por uma aproximação das crianças às tecnologias da informação – dentre essas tecnologias pôde-se encontrar conteúdos desapropriados para a faixa etária infantil.
A mudança do sujeito sem acompanhamento de uma instituição de ensino traz déficits de formação. Nesse ponto, o ensino é importante para a construção da consciência e da personalidade do indivíduo, porque é onde a criança tem maior interação social, com a cultura, com o momento histórico e com as outras pessoas. Melissa classifica a situação das escolas como um reflexo do momento atual, uma caoticidade, apesar de a educação ser um dos pólos de mudança. Ela diz que “o pós- modernismo trouxe a falta de referenciais concretos. A situação da escola é a situação da sociedade – crise de valores, pouco cuidado com o outro e ausência de cidadania. Por isso, o grande objetivo é o exercício de uma cidadania que busque a transformação social.”
Como o ser humano está continuadamente em formação, não é só nas crianças que as noções de cidadania são trabalhadas. Resoluções da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e o foco tomado pelo ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) revelam preocupação com o social, com a reflexão coletiva e pensamento crítico também nos jovens. O indivíduo passa a ser visto como único, que interage com o meio e com os conhecimentos.
As grandes organizações como a UNESCO, já anunciam em seus documentos as denominações de “sociedade educativa”, a “sociedade que aprende” ou a “sociedade cognitiva” do próximo século, a busca por um saber que não seja puramente instrumental.
Marina Ricciardi

TOM ZÉ - TÔ














Tô vendo de baixo, pra poder subir..
tô vendo de cima pra poder cair
tô divido pra poder sobrar
desperdiçando pra poder faltar
devagarinho pra poder caber
bem de leve pra não perdoar
tô estudando pra saber ignorar
eu tô aqui comendo para vomitar
Eu tô te explicando pra te confundir,
Eu tô te confundindo pra te esclarecer,
Tô iluminado pra poder cegar,
Tô ficando cego pra poder guiar.
Suavemente pra poder rasgar
com o olho fechado pra te ver melhor
com alegria pra poder chorar
desesperado pra ter paciência
carinhoso pra poder ferir
lentamente pra não atrasar
atrás da vida pra poder morrer
eu to me despedindo pra poder voltar
Eu tô te explicando pra te confundir,
Eu tô te confundindo pra te esclarecer,
Tô iluminado pra poder cegar,
Tô ficando cego pra poder guiar.

Conto "As Caridades Odiosas" - Clarice Lispector

As Caridades odiosas

(...)Foi em uma tarde de sensibilidade ou de suscetibilidade? Eu passava pela rua depressa, emaranhada nos meus pensamentos, como às vezes acontece. Foi quando meu vestido me reteve: alguma coisa se encanchara na minha saia. Voltei-me e vi que se tratava de uma mão pequena e escura. Pertencia a um menino a que a sujeira e o sangue interno davam um tom quente de pele. O menino estava de pé no degrau da grande confeitaria. Seus olhos, mais do que suas palavras meio engolidas, informavam-me de sua paciente aflição. Paciente demais. Percebi vagamente um pedido, antes de compreender o seu sentido concreto. Um pouco aturdida eu o olhava, ainda em dúvida se fora a mão da criança o que me ceifara os pensamentos.-Um doce, moça, compre um doce pra mim.Acordei finalmente. O que estivera pensando antes de encontrar o menino? O fato é que o pedido deste pareceu cumular uma lacuna, dar uma resposta que podia servir para qualquer pergunta, assim como uma grande chuva pode matar a sede de quem queria uns goles de água.Sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria onde possivelmente algum conhecido tomava sorvete, entrei, fui ao balcão e disse com uma dureza que só Deus sabe explicar: um doce para o menino.De que tinha eu medo? Eu não olhava a criança, queria que a cena, humilhante para mim, terminasse logo. Perguntei-lhe: que doce você...Antes de terminar, o menino disse apontando depressa com o dedo: aquelezinho ali, com chocolate por cima. Por um instante perplexa, eu me recompus logo e ordenei, com aspereza, à caixeira que o servisse.-Que outro doce você quer? Perguntei ao menino escuro.Este, que mexendo as mãos e a boca ainda esperava com ansiedade pelo primeiro, interrompeu-se, olhou-me um instante e disse com delicadeza insuportável, mostrando os dentes: não precisa de outro não. Ele poupava a minha bondade.-Precisa sim, corte eu ofegante, empurrando-o para a frente. O menino hesitou e disse: aquele amarelo de ovo. Recebeu um doec em cada mão, levantando as duas acima da cabeça, com medo talvez de apertá-los. Mesmo os doces estavam tão acima do menino escuro. E foi sem olhar para mim que ele, mais do que foi embora, fugiu. A caixeirinha olhava tudo:-Afinal, uma alma caridosa apareceu. Esse menino estava nesta porta há mais de uma hora, puxando todas as pessoas que passavam, mas ninguém quis dar.Fui embora, com o rosto corado de vergonha. De verogonha mesmo? Era inútil querer voltar aos pensamentos anteriores. Eu estava cheia de um sentimento de amor, gratidão, revolta e vergonha. Mas, como se costuma dizer, o sol parecia brilhar com mais força. Eu tivera a oportunidade de... E para isso fora necessário um menino magro e escuro... E para isso fora necessário que outros não lhe tivessem dado um doce.E as pessoas que tomavam sorvete? Agora, o que eu queria saber com autocrueldade era o seguinte: temera que os outros me vissem ou que os outros não me vissem? O fato é que, quando atravessei a rua, o que teria sido piedade já se estrangulara sob outros sentimentos. E, agora sozinha, meus pensamentos voltaram lentamente a ser os anteriores, só que inúteis.


Clarice Lispector (A descoberta do mundo)


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Síntese da análise do conto:


Esse texto nos remete ao problema do menor abandonado que, na verdade, é o abandono do maior, pois uma criança que possui uma família com pais estruturados, não tem necessidade de perir alimento.

Por outro lado, a personagem narradora retrata aquelas pessoas privilegiadas socialmente e , muitas vezes, preocupam -se com o seu próprio problema. E, quando se deparam com uma criança carente, na maioria das vezes, sentem-se envergonhadas ora por perceberem que seus problemas são menores que o da criança, ora por fazerem tão pouco em prol das crianças abandonadas e desamparadas.

CRÔNICA - Dois lados da mesma moeda

Se a vida acabou se desenrolando de tal forma, ela acata, mas quem a vê passar na rua dificilmente imaginaria tantas coisas que sua personalidade carrega. De saia florida, sapato baixo, cabelos curtos, olhos verdes e rosto meigo, a menina se caracteriza. No entanto, no namoro sério, no trabalho integral, na rotina de morar só e nos compromissos da faculdade, a mulher se revela.
Aos 17 anos Camila se viu longe dos pais, tendo que assumir por si a vida. O que seria um susto, para ela soa natural. Nessa vida ora atribulada, ora pacata, a menina-mulher tem suas particularidades.
Até parece um paradoxo quando ela diz que não crê em Deus, mas demonstra-se tão amável. Muitas pessoas lhe perguntam: “Se você não acredita em Deus, para quê vive?” A resposta é bem simples, vive para dar sua porção, seus exemplos, seus bons gestos para que um dia o mundo seja um pouco melhor, assim, a existência se justifica.
Mesmo agindo de forma politicamente correta, a Menina sofre preconceitos devido a sua escolha. A Mulher acha correto ser assim e não admite que as pessoas a vejam como uma pessoa má simplesmente porque não crê em Deus. Aliás, ela é contrária a qualquer tipo de preconceito, cada pessoa tem o direito de ser o que é. Apesar de conviverem no mesmo corpo, a Menina e a Mulher não estão em conflito.
Marina Ricciardi


*Qualquer semelhança é mera coincidência

As flores do cabaré estão desabrochando







Esse blog faz parte de um projeto antigo. São partes de nós, são pétalas das flores encontradas no cabaré da vida. E o todo é mais do que simplesmente a soma de nossas partes, ou a flor é muito mais que a junção das pétalas.
Recortes de nossas realidades, nossas idéias e nossas vivências. É o que você verá aqui.
O que mais se destacará será provavelmente nossa sede de cultura,por nós e pelos outros, da nossa e da dos outros.
Sejam bem vindos!
Autores do blog: Ana Carolina Zaiat, Angelina Gurgel, Marina Ricciardi e Rodolfo Bonifácio